11.30.2014

DOR, QUEM TE INVENTOU?

Dor de solidão, separação, qual o teu prazer?
Dor da alma, do peito, da faca, quem te criou?
Dor de dente, patente, latente, sem viver?
Dor do aborrecimento, rancor, qual o teu querer?
Dor do parto, do fardo, da bala, quem enviou?
Dor de cabeça, ou ouvido, quem te feriu?
Dor do isolamento e da pedrada, quem te ensinou?
Dor de febre, da angustia desenfreada, quem insistiu?
Dor da moça bonita, sem parceiro, quem te enfureceu?
Dor da singela canção, dor do feto, quem te instruiu?
Dor do ego, dor da arrogância, por céus, o que te ocorreu?
Dor da família, das drogas, e sem filho, quem permitiu?
Dor das noites sem cheiro, sem tato, como apareceu?
Dor da madrugada fria e sem coberta, donde vens?
Dor da acusação, dor do preconceito, onde doeu?
Dor da desigualdade, pobreza e miséria, o que tens?
Dor do abandono, da segregação, quem te pariu?
Dor da política suja e maligna, qual cometa te ofertou?
Dor da ganancia e avareza, porque existiu e não sumiu?
Dor do pai, sem pão, nem tesão, quem te inspirou?
Dor do vestibular, pura covardia, onde elaborou?
Dor da fé, da religiosidade, da podridão, quem te bateu?
Dor de não ser ninguém, dor de ferida aberta, quem te penetrou?
Dor da vida que não escolhi, porque reviveu?
Dor do banco, do financiamento, do tormento, quem te fabricou?
Dor da favela, da mazela, da copa, quem te deu a luz?
Dor do inferno, do fraterno, da gasolina, quem te sufocou?
Dor da medicina, da doença e carnificina, quem te introduz?
Dor de tantas cores e raças, e ideologias más, quem te amamentou?
Dor que a todos faz doer, quem das profundezas te ressurgiu?
Dor de querer, mas sem comer, dor do alimento, quem te fomentou?
Dor que não se apresenta sozinha, quem te dirigiu?
Dor, ameaça, invade sem bater, machuca até onde pode alcançar...
AMOR, chega, abraça, acalma, abranda, outra, ninguém pode inventar

David Saulo de Andrade Ribeiro – novembro de 2014


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