8.16.2013

MEU CANTO EM NOITE SEM LUA

     Homenagem do amigo, poeta e jornalista Antônio Lisboa a todas acadêmicas da turma do IV Período (2013\2), do Curso de Pedagogia, da Faculdade Alfredo Nasser: 



De repente, eis a escuridão, imensa e sombria
Sem sol, sem lua, empanando a esperança.

Mas meu canto resiste,
Ele é guerreiro, vence o medo
Teima em romper as brumas do espaço,

E ecoar nas rochas.

Minha gente, é preciso caminhar,
Romper as pedras da estrada,
Fingir que não viu a tristeza
Dizer olá para a alegria
E renovar a esperança.

O caminho é longo, é penoso,
Na estrada tem fogo,
A fogueira do não pensar.

Existe até açoite
Para quem insiste no criar.

A palavra cambaleia,
Sufocada pela máscara,
Mesmo assim meu canto soa forte,
Até desafia a morte,

Que periga chegar.

Não tema o escuro,
A noite é o desafio
Mas a candeia da liberdade
Há de alumiar.

Ontem à noite vi a cara da morte
Ela queimava livros,
Impunha gesto de silêncio
Mandava tapar ouvidos e olhos
E tinha um sorriso sinistro.

O meu canto tem pressa,
O véu da noite é intenso,
E mesmo em meio às sombras,
É preciso caminhar.

Algo me diz que a luz está próxima
E ainda que os cães ladrem,
Afastemos os temores,
Pois é  preciso caminhar.


Antônio Lisboa

Goiânia, 20 de novembro de 2012.


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